a hipnose do figurino em "O Grande Gatsby"

Uma linha de acessórios fast-fashion, a decoração do casamento de uma modelo, um vídeo de ginástica de uma blogueira de fitness compartilham a inspiração no filme "O Grande Gatsby" de Baz Luhrmann. A nova versão cinematográfica do clássico escrito pelo norte americano F. Scott Fitzgerald concorre a duas estatuetas no Oscar©  2014: figurino e direção de arte.


Figurinos de "O Grande Gatsby" expostos em lojas da Prada.
No quesito crítica o filme de Baz Luhrmann não foi um sucesso comparado a seus trabalhos anteriores como "Romeu e Julieta" ou "Moulin Rouge", porém, no que toca ao estilo "O Grande Gatsby" seguiu a trilha dos outros e deixa seu legado.



O burburinho começou antes mesmo da estreia com o anúncio que Miuccia Prada assinaria alguns figurinos e a Tiffany & Co. as jóias. A figurinista responsável foi Catherine Martin, parceira do diretor desde Moulin Rouge.





O design de Prada é bem legível no figurino. Estão lá: a mistura de texturas, o listrado colorido (verão 2011), as formas simples transformadas em peças sofisticadas. De cair o queixo.


















Tudo bem ao estilo do diretor, consagrado por misturar passado e presente em seus filmes principalmente na trilha sonora. Em "O Grande Gatsby" a Era do Jazz foi recriada pelo marido da Byonce.

É de se entender a sinergia entre o diretor e a estilista. Os léxicos dos dois se tocam na medida que Miuccia Prada é mestre em reinventar a história da moda. E quando se trata dos anos 1920 - um dos períodos mais vanguardistas e encantadores da moda do século XX - o sucesso é garantido.

figurino x moral da história
Interessante pensar na história que Luhrmann escolheu para contar. O livro original, publicado quatro anos antes da quebra da bolsa de Nova York em 1929, foi como um prenúncio sobre as consequências que a atitude individualista e hedonista da alta-sociedade norte americana da época causariam. O resultado é ilustrado por meio de uma tragédia no âmbito privado.

Os protagonistas Gatsby (Leonardo de Caprio) e Daisy (Carey Mulligan)


Porém, com toda suntuosidade da direção de arte do filme é mais provável sair do cinema desejando ser um dos aristocratas. Ter os vestidos da Prada e as jóias da Tiffany e esquecer de pensar sobre a trama. É Holywood cumprindo seu papel de indústria de desejos. Já a moral da história original de Scott Fitzgerald se esvazia.

A versão de 1974 com a Mia Farrow, o Robert Redford e o promotor do Law Order jovenzinho é mais naturalista e fiel a narrativa original (e ganhou o Oscar de Melhor Figurino em 1975) – ainda que nada substitua o livro.

#bookdodia

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