no mundo da alta-costura

Vestidos Dior

Outro dia tirei conclusões sobre a alta-costura , agora retomo o assunto e volto um pouco no tempo para falar da exposição de “The Golden Age of Couture - Paris and Londres 1947-1957” no Victoria and Albert Museum. Faz um tempinho que visitei, mas não poderia deixar de colocar algumas impressões.

A década, 1947-1957, foi escolhida porque é o renascimento da moda européia depois da segunda grande guerra e sua abertura para o então poderoso mercado americano. Um novo grande momento da moda do velho continente depois de Chanel na nos anos 20. A década de ouro começa com o lançamento do New Look criado por Christian Dior em 1947 e termina com a morte do estilista em 1957.

O acervo do museu é incrível e boa parte das roupas da exposição só precisou trocar de sala. A mostra foi dividida em duas partes. A primeira está montada de uma maneira muito simpática e familiar aos amantes da moda, como se os corredores fossem as ruas de um bairro comercial e as peças estivessem nas vitrines. A segunda parte é composta por duas salas. Uma com fotos de publicidade e editoriais da época e a outra com uma grande passarela e uma grande redoma circular de vidro com os vestidos que marcaram a década.

Segunda parte da exposição - a Passarela

Era uma segunda-feira chuvosa e mesmo assim havia muitos visitantes. Os visitantes eram em sua maioria mulheres, de todas as idades. Muitos estudantes de moda com caderno de desenho em punho copiam os modelos expostos.

A primeira peça que se vê na exposição é o clássico New Look da Dior. Seguido por outros modelos da grife, responsável começar a década de ouro da alta-costura.

A alta-costura começou na França, com Charles Frederich Worth que era inglês mas se consagrou em Paris, mas foi nos anos 50 que se tornou conhecida e desejada, uma vez que popular nunca foi.

A exposição relata que haviam alguns desfiles escondidos porque não era de bom tom ostentar roupas caríssimas nunca época de crise. Por outro lado, a vontade de consumir era maior do que nunca justamente pela contenção compulsória provocada pela guerra.

Dior foi então um astuto visionário e assim consagrou sua Maison que continua forte até hoje. Ao lado de Dior outras Maisons de grande destaque foram a do espanhol Cristóbal Balenciaga, Hubert de Givenchy e Pierre Balmain. Em Londres, entre as marcas mais importantes eram de Hardy Aimes, Norman Hartnell e Digby Morton. Os vestidos da terra da rainha tinham toques de alfaiataria.

Vestidos de Pierre Balmain

A alfaiataria de Digby Morton

A exposição contrapõe o glamour francês com a elegância sóbria das roupas feitas na Inglaterra. No audio-guia há uma pequena explicação sobre a diferença entre as duas é a praticidade. Enquanto a alta-costura londrina se voltava para o cotidiano, a parisiense se dedicava à ocasiões especiais.

A retomada da alta-costura sacia a necessidade de novidades da imprensa de moda, principalmente as publicações dos Estados Unidos, país que fornecia boa parte das clientes para as maisons.

Há muitas fotos e capas de revistas como a Harper´s Bazaar e Vogue. Além de editoriais de moda feitos para estas publicações. A mostra também revela fotógrafos da época como Richard Avedon e Cecil Beaton.

Vestidos Dior. Estavam do lado do "New Look"


Para quem não está em Londres o site da exposição é bem completo e vale uma visita com calma:

Aqui você vê os destaques da exposição

Aqui uma linha do tempo fantástica que localiza os fatos importantes na vida dos estilistas ligados à alta-costura.

Aí em baixo uma entrevista com a Claire Wilcox, curadora do evento.




Imagens da matéria: Laura/ modapraler

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